09 junho, 2023

[Causo] Os Dudas de Custódia

por Fernando Florêncio
Ilhéus-BA
Março/2013

Este texto faz parte do livro FOI ASSIM II

1 - "Sêo" Duda do Banheiro: Se não me engano era pai de Seu Lunga e do Ovídio (?) primeiro custodiense a ingressar na Marinha do Brasil. Este era funcionário da prefeitura e tomava conta do Banheiro. Daí seu nome. Vendia latas d'agua mediante uma ficha e banhos. Ainda "vejo" as pessoas que moravam do outro lado da cidade atravessarem todo o "Quadro" (Praça Padre Leão,) em direção ao banheiro, com uma toalha enrolada ao pescoço. Grande parte dos descendentes do Seu Duda do Banheiro moram em Feira de Santana, aqui na Bahia.

2 - O outro Duda, morava naquele casarão perto das "gramas". Tinha um imenso tamarineiro na porta da casa. Este Duda tinha um parque de diversões (carrossel e canoas) era pai de Adamastor, de Lia (Locutora da Rádio Difusora Duas Americas) e de Téa (Sonoplasta da mesma "rádio"). Sôbre este Duda, conta-se que ele vinha procedente do campo de aviação para a cidade numa bicicleta descendo a ladeira do cemitério no sentido da bomba. Quando passava embalado exatamente defronte ao cemitério, vendo que tinha que pedalar para subir a parte da ladeira já em direção à bomba, teria dito: 

"SE O CÃO EXISTE, QUE SAIA DAÍ DE DENTRO E ME EMPURRE ATÉ SUBIR O TOPO".


Rapaz, seu Duda montado nesta bicicleta, subiu o topo sem dar uma pedalada, desceu pra bomba, passou no posto fiscal com mais de 100. Dobrou a curva do Café da Hora, entrou na Praça, passou em frente à Farmácia Pereira, que todos saíram para ver o que era aquilo. Subiu até a igreja, fez a curva em direção ao Beco de Valentim, tentou descer o beco, errou o ângulo da curva estatelando-se na esquina da Farmácia de Otacílio Pires, lado oposto à casa do Valentim.

Quem estava na Praça, nunca tinha visto tamanha velocidade numa bicicleta. Deste dia em diante Seu Duda começou a escarrar com raios de sangue, não tendo saúde jamais. Ele contou a Tuta de Dona Manoca, locutor da difusora, que dissera aquela frase, daí perdeu todo o controle da bicicleta. Inclusive "gastou" todo o solado de pneu da alpercata, tentando parar a bicha.

Coisas da nossa terra.

6 comentários:

  1. Fernando, sabe aquele dito " tirou da minha boca"?, pois é, há pouco tempo eu conversei com Oscarina, minha sogra, para saber se esta história do sogro dela era verdade, pois pretendia publicar. Ela confirmou tudo. Mas valeu. Outrossim: O Duda do Banheiro, não era pai de Mestre Lunga. Este, era irmão de Oscarina, filho de Manoel Simões, procedente da ribeira do Pajeú.

    José Melo

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  2. Excelente texto Fernando. Bons registros históricos de pessoas do município.

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  3. Escutei muito esta historia contada pelo meu sogro o saudoso apolonio carneiro.
    É um fato veridico.

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  4. Cara eu quase me acabo de sorrir🤣🤣🤣

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  5. Excelente texto. Parabéns. Fernando Florêncio.

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  6. Fernando, parabéns pelo texto! Gostaria de acrescentar que Adamastor era irmão de Teia, Loura e Lira. Um Fraternal abraço.

    Luciene Pinto

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