22 março, 2015

Custódia, o açude DNOCS e a crise de água.


por Leônia Simões


Hoje o dia amanheceu chovendo! Nada melhor que a chuva para relembrar o Dia Mundial da Água instituído pela ONU em 22 de março de 1992. Esse dia nos chama a atenção para o uso racional da água e os cuidados fundamentais para garantir qualidade de vida para nós e para as gerações futuras.

Quem não se lembra do refrão daquela música “Lata d’água na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria...” Pois bem, Não só lembro a música, como também de quando não existia água encanada em Custódia. Meu pai, como a maioria das pessoas, comprava o precioso líquido aos carroceiros que, passavam vendendo de porta em porta. Tinha também um chafariz na Rua da Várzea que as pessoas podiam encher suas latas e tomar banho nos banheiros públicos que “Maria de Aranha” era responsável. Essa água era puxada por um motor.

Em casa, mamãe tinha o maior cuidado para não deixar faltar, ela não permitia que a gente desperdiçasse nenhuma gota. Muita gente construía cisterna para coletar a água da chuva que era coada e filtrada. Quem não tinha filtro de barro, fervia e guardava no pote, na quartinha ou na jarra. A lição era essa: não basta ter água, é preciso saber usar e guardar bem.

A região nordeste sempre esteve associada aos cenários devastadores da seca que castigam sua população há muitas décadas. As políticas adotadas, pelos governantes, para o nosso semiárido são questionadas até hoje, pelo caráter emergencial, fragmentado e descontínuo, especialmente, no que diz respeito à conservação e recuperação ambiental.

Vale lembrar algumas questões fundamentais tais como: o rio Moxotó ( que banha nossa cidade) não é perene. É preciso preservar seus principais afluentes. É importante ressaltar também que, a falta de planejamento na gestão dos recursos hídricos da região aumenta os problemas da população com reflexos diretos na qualidade de vida, no bolso das pessoas e na economia local.

Por fim, quero ver o açude do DNOCS limpo, transbordante e mandando água para as torneiras de todos os custodienses. Afinal de contas, a água é um bem comum e um direito de todos, fazer uso político da crise como instrumento de negociação do voto com perfuração de poços e cacimbas para favorecer uma minoria é crime.

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